sábado, 22 de janeiro de 2011

FUGA AO TEMPO NUM TEMPO ESPERADO…



DEVANEIOS...

Conto VI



....O toque do telemóvel desperta-a de um pensamento tão profundo que quase sonhava acordada. Nem tinha dado conta do passar do tempo, enquanto o seu pensamento corria solto da realidade.
Atende num gesto lento, sem olhar quem lhe está a ligar .
- Sim?
- Olá, como estás?
Seus olhos se arregalaram enquanto encheu o peito de ar, deliciou-se com o som da voz que lhe chegava.
- Bem, e tu?
- Também. Programa para hoje?
- Não, vou ficar por casa mesmo, sem nada programado.
Na verdade ela nunca tinha programa, mas isso não lhe ia dizer. Tinha vergonha de lhe dizer que últimamente a solidão era tão grande que não cabia no peito. Que a vontade de se isolar de tudo e de todos era enorme. Que últimamente eram muitas as vezes que ria com vontade de chorar. Por isso o seu coração disparou, desejando ...desejando...desejando.
- Jantas comigo?
- Adorava.
Nem pensou, pois era o que mais desejava. Ter uma boa companhia, uma boa conversa . Daquelas que nem se nota o passar das horas, porque não havia outro sitío que mais se desejasse estar do que aquele ... ali... com ele.

Parecia tonta, mas não lhe saiu mais nada, apenas respirava fundo.
- Que te parece se eu te for buscar pelas 20h?
- Acho uma boa hora, pode ser.
- Até logo então, mor.
-A a..até logo.
Maldita voz que lhe falhou, “ ele chamou-me mor, será que sabe que eu gosto tanto dele assim?” pensou ela sentido-se feliz com o turbilhão de emoções que a inundava e a deixava nervosa ao mesmo tempo.

Olhou relógio tinha 1h para se preparar, chegava....queria estar perfeita para essa noite tão esperada...
E se vestiu de sedução, se perfumou de paixão.
A campaínha tocou...controlou-se para não correr... tinha o desejo a correr-lhe nas veias Abriu a porta da noite á magia que se fez sentir quando se olharam.
-Estás linda...
O beijo depositado no canto da boca, não foi suficiente para alimentar o desejo. E sem se conterem se beijaram sofregamente, como se nada mais importasse. Ali e agora abarcava todo o desejo contido, naquele beijo sem fim. Naquele roçar de corpos pedindo mais.

Devagar ele fechou a porta com o pé. Segurou-lhe a mão conduzindo-a para o quarto, enquanto a olhava nos olhos denunciando nesse olhar silêncioso o que era inadiável...
- Quero-te...não fujas mais de mim...
Disse-lhe ao ouvido.
E ela não foi capaz de resistir. Afinal não queria mais resistir... E fechou os olhos deixando-se conduzir.


O som da campainha fez-se ouvir, acordando-a do seu devaneio...mais uma vez a sua imaginação a levara para muito longe da realidade.
Olhou-se no espelho gostou do que viu. Correu para a porta , tinha pressa de a abrir.
Abriu-a a medo, com medo que não estivesse lá ninguém. Mas estava , e ela queria muito que estivesse.

- Estás linda demais...
Como ela desejou que o seu devaneio se realiza-se...

- Obrigada .
E sorriu para ele , enquanto fechava a porta...
Ele a abraçou suavemente ...

Fez-lhe bem...

muito bem esse abraço...



By me

Isa

21/01/2011

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2 comentários:

  1. Tanta poetisa, tanta escritora, tanta mulher comum escreve sobre os seus devaneios, que pena seus homens não os lerem ou não os lerem de forma atenta, que bom seria... e quanta escrita se perderia...
    Gostei deste conto que de forma tão simples mostra que não somos, afinal, nada complicadas.

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  2. Deixei um presentinho pra você no meu blog, espero que goste. Dá uma olhadinha lá ;)
    http://k2l87.blogspot.com/2011/02/selinhos.html
    beijão, boa semana par ti! ^^

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