segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Ventos adocicados....




Estava pronta para partir e não queria. Amava e não podia ser amada.

Aquela manhã trouxe-lhe uma nova aragem de cheiros novos e adocicados, pensou que era chegada a hora de partir.

Tristezas conspiravam contra ela e fizeram-na desejar partir rumo a esse horizonte, onde talvez se desejasse com muita força a sua felicidade se espreguiçaria de contentamento e saciaria sua sede de ser feliz .

Não olharia para trás...

Sacudiria a saudade que se lhe agarrava ao coração e o apertava magoando-o enquanto lhe cravava as unhas afiadas, fazendo-o agonizar de uma dor dilacerante que lhe chegava à alma.

Pensou que a partida seria fácil... mas como estava enganada!

Foi suave e sorrateira a sua saída ...

Tentou não tropeçar no choro que lhe velara a noite toda. Não acordar as memórias que adormecidas iam caindo a cada passo dado. Tentou esquecer o beijo desejado a cada noite acordada, tentou arrumar a lembrança num canto sem se magoar.

Tentou e não conseguiu...

Olhou o horizonte e esperou o chamamento... não o que vinha de longe mas o que esperava que lhe saísse de dentro...

Não conseguiu ouvir qualquer som... vindo de dentro, nem o horizonte a chamou.

Sentiu o cheiro adocicado que lhe aflorou a memória que tentava guardar. E uma brisou chegou sussurrando ao seu ouvido....

- “ AMO-TE”

Despertando as memórias que nem elas se lembravam de alguma vez tal ter ouvido. Antes que se esvanecesse o sussurro deitaram fora a saudade que se agarrava ao coração e alegraram o sorriso de menina.

Plena de confiança rumou a um horizonte guiada por um vento adocicado...
Será o vento cruel trazendo miragens sussurradas?
By me

Isa