Conto V
…Seus olhos castanhos mostravam uma nostálgia profunda. Onde se conseguia ver na transparencia da alma que já nada lhe importava. Já nada fazia sentido. Onde o castanho amendoado era um mar de incertezas, que a inundava muitas vezes na ondulação das lágrimas de um mar salgado, habitado por sensações que a queriam submergir.
Cada amanhecer contrariava a vontade que tinha de não abrir mais os olhos. Vislumbrar o mundo de longe e pensar que já não fazia parte dele.
Mas não era assim... por enquanto.
Ainda fazia parte dele apesar de as vezes desejar que assim não fosse.
Ainda assim olhou o presente que estava em cima da mesa da sala.
Pensou que talvez se o deixasse fechado para sempre, seria como se a tristeza ficasse trancada lá dentro.
O passado ficaria ali.
Pensou que se o abri-se talvez tudo fosse igual.
A tristeza não acabaria, o futuro uma incerteza seria. Mas o relógio do tempo sem tempo não pararia.
E mesmo assim, sabendo o que iria encontrar lá dentro, tirou-lhe o laço enquanto fechava os olhos e desejava baixinho-" Deus, faz com que desta vez seja diferente".
Queria tanto ter a certeza do seu amanhã, como tinha a ceteza do que estava ali dentro.
Um presente cheio de nada…
Como tantos outros…
By me
Isa
29/12/2010
29/12/2010
Um presente cheio de nada, como tantos outros... e futuro ali ao lado e tão longinquo cheio de segredos adivinhados com mais presentes anlaçados... e o pedido sentido de "Deus que desta vez seja diferente"
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