segunda-feira, 14 de março de 2011

FUGA AO TEMPO NUM TEMPO ESPERADO…


O QUE NÃO VÊS...



Conto VII

… Pensou não estar a ouvir bem, mas sabia que o som que lhe martelava os ouvidos era tão alto que o coração chorou. De tristeza, de dor, mas sobretudo da surpresa cruel que lhe era infligida.

Ela sabia que um dia iria sofrer. Mas pensou conseguir esconder tão grande sentimento que logo á nascença ficou aprisionado.

Pensou ser forte, quando o beijo aconteceu. Pensou que o prazer que a inundou não passaria de mero prazer carnal , pensou que o desejo que lhe queimou a pele , não seria mais que o fogo que a consumia.

Mas errou, errou muito, esqueceu que não era mulher de casos, que o coração que habitava dentro dela, era de uma mulher que ama desde os dedos dos pés até ao sabor que sente na ponta da língua quando faz amor.

Errou , fazendo-se forte. Pensou que saberia ser fera sem amar, beijar sem se apaixonar, sentir o cheiro dele sem enlouquecer.

Tomou consciência que nada disso era possivel com ela. E amou e fez-se amar.

Escondeu, fez-se forte. Tudo seria possivel, mesmo sabendo que ouvir um “ amo-te” verdadeiro , seria um desejo não realizado. Mas não se importou e arriscou e amou.

Sentiu-se pequena, insignificante. Quando ouviu bem perto o sussurro envenedo que a transformou numa galdéria. E morreu um pouco mais …

Apenas mais uma ferida que para curar.

By me
Isa

11/03/2011



1 comentário:

  1. Galdério, foi o sussuro que traiu quem o proferiu e mostrou a sua pequenez...

    ResponderEliminar